sexta-feira, 14 de julho de 2017

O que é de verdade se torna eterno

Foi ele que escreveu a ventania

Rosana Rios
Il. Mauricio Negro
 Pulo do Gato

Livro sensível,que toca no fundo da alma! É uma linda homenagem ao poeta Manoel de Barros,que faleceu no dia 13 de novembro de 2014.
História do menino Tui. Vida simples, subia e descia ladeiras debaixo de sol e chuva para ir à escola,mas ao invés de reclamar,Tui procurava as belezas do caminho. Uma dessas belezas era o muro meio despencado da ladeira,onde alguém havia pichado um poema. E os poemas encantavam Tui! Principalmente os poemas daquele livro que ficava na caixa na sala de aula,naquele livro que só ele procurava.Não corria pelo pátio e nem jogava futebol na hora do recreio. Ele brincava de ler poesia. E essas poesias eram de um livro do Manoel de Barros.
Uma noite,enquanto assistia a tevê,o menino descobriu que o poeta que havia falecido era o mesmo do livro que ele tanto gostava.
"Então os poetas também morrem?" (pág. 19)
Morrem sim,mas a obra fica eterna.
Tui sonhou com o poeta e percebeu que ele usava as palavras para compor o amanhecer.
O livro mostra também toda a emoção de um menino ao ganhar o seu primeiro livro de presente. Oferecido pela professora,que percebeu a sua sensibilidade.
"O menino foi para casa abraçado aos poemas." (pág.33)
Abraçado aos sonhos.
Abraçado à esperança.
Abraçado às possibilidades.

Tui percebeu que também era capaz de escrever um poema e assim o fez.
Embalado pelo vento,Tui escreveu um poema e percebeu que também podia brincar com as palavras.


Manoel de Barros foi um eterno menino!
Conquistou o menino Tui e a todos nós,com a beleza de sua simplicidade e suas palavras repletas de "insignificâncias".
Que possamos,assim como ele,enxergar poesia nas pequenas coisas e valorizar a vida.
Bjs
Silvia

A poesia está guardada nas palavras – é tudo que eu sei.
Meu fado é o de não saber quase tudo.
Sobre o nada eu tenho profundidades.
Não tenho conexões com a realidade.
Poderoso para mim não é aquele que descobre ouro.
Para mim poderoso é aquele que descobre as insignificâncias (do mundo e as nossas).
Por essa pequena sentença me elogiaram de imbecil.
Fiquei emocionado.
Sou fraco para elogios.”
Tratado geral das grandezas do ínfimo, Manoel de Barros







Um comentário:

  1. Sílvia,
    Grata pela indicação. Foi ele que escreveu a ventania
    já está na minha listinha de compras.
    Beijo
    Cristina

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