sábado, 14 de outubro de 2017

Roda de Conversa sobre Pedagogia da Alegria,do Dr Korczak

"O Doutor gosta de repetir que somos tão importantes quanto os adultos,e que ser criança não significa ser menos inteligente ou pior." (Trecho do livro Diário de Blumka, de Iwona Chmielelewska)


Vamos falar um pouco sobre o Dr. Korczak e seu amor pelas crianças? Que olhar nós temos para o universo infantil?

Esse é um convite para uma reflexão e um bate papo sobre o que significa ser criança a partir da leitura compartilhada do livro infanto juvenil Diário de Blumka, de Iwona Chmielelewska.


Venha participar e partilhar experiências leitoras conosco!

Sejam bem vindos!


Onde?

ESPAÇO MULTI
Av. Ernani do Amaral Peixoto, 96. Sala 403. Centro. Niterói

Quando?

Dia 28 de outubro (sábado)
das 10h as 12h


Com quem?

Silvia Fortes é formada em Biblioteconomia pela Universidade Federal Fluminense. Atua como bibliotecária escolar, é autora do blog "Compartilhando Livros e Leituras" e  apaixonada por literatura infantojuvenil de qualidade.

Atividade Gratuita

Público alvo: pais, professores, educadores, ou interessados na temática.

Inscrições, dúvidas e contato
paiolcultural@gmail.com
(21) 98250-7748

Realização: Paiol Cultural

quarta-feira, 27 de setembro de 2017

Quando o amor supera a guerra

Diário de Blumka

Texto e ilustração de Iwona Chmielelewska
Tradução de João Guimarães
Pulo do Gato

Como transformar os horrores da guerra em uma bela história? Esse livro é assim: triste e belo. Mais belo do que triste. Diria impactante. Real. 
Uma linda homenagem ao médico polonês Janusz Korczak,pelo 70º aniversário de sua morte.

Peguei o livro completamente encantada, tentando imaginar o que estaria por vir. Resolvi ler na praça,naquele banco amarelo onde sempre sento pra pensar: nas coisas, na vida e nas histórias.




A história é contada pela menina Blumka,que em sua breve vida escreveu um diário,aquele diário de antigamente,com páginas amareladas pelo tempo e capa forrada com desenhos de flores.
Nesse diário,Blumka relata sua vida em um orfanato em Varsóvia,na Polônia,onde viviam duzentas crianças,mas curiosamente a menina relata a vida de apenas doze crianças nos seus registros. Em meio a desenhos e fotos,ela escreve as características de cada uma das doze crianças,talvez as que foram de seu maior convívio. E conta também a história do Doutor Korczak,que cuidava das crianças e os ensinava sobre as coisas da vida.
O Doutor ensinava valores: Respeito, Igualdade, Cuidado, Delicadeza, Justiça, Sentimentos.





"O Doutor gosta de repetir que somos tão importantes quanto os adultos,e que ser criança não significa ser menos inteligente ou pior."

Um dia anoiteceu e o diário teve que ser fechado,Blumka continuaria a nos contar sobre o Doutor e seus amigos do orfanato no outro dia. Mas como estavam em uma guerra,não houve outro dia...
As crianças e o Doutor se foram,mas os escritos se eternizaram.


Durante as várias leituras que fiz do texto fui observando que apesar daquele cenário triste e cruel o Doutor fazia de tudo para que as crianças fossem crianças,que fossem felizes,que vivessem plenamente. E logo me veio uma questão: Enquanto pais,professores,cuidadores,educadores,o que temos feito por nossas crianças? Será que respeitamos seus sonhos e seus segredos? Quantas vezes deixamos de lhes dizer a verdade por medo de magoá-las?Temos demonstrado valores através de exemplos ao invés de somente teorias?

O livro não é só uma homenagem ao Doutor,mostra também uma lição de como cuidar de uma criança,ou duzentas! Não é autoajuda,é sensibilidade.
As ilustrações feitas com papel amarelado de caderno complementam as palavras de Blumka e revelam informações contidas nas entrelinhas daquela terrível realidade durante a Segunda Guerra Mundial.

Triste imaginar a crueldade,porém devemos ficar alertas,pois o mundo ainda está cruel e feroz. Muitas crianças ainda sofrem e muitas vezes ficamos em nosso mundinho,com cara de paisagem esperando,esperando,esperando...



Vamos olhar ao redor e atentar sobre o que devemos fazer pelas nossas e por todas as crianças.
Vamos refletir e praticar.
Bons pensamentos.
Bjs
Silvia

quarta-feira, 9 de agosto de 2017

Santos diabinhos

O sapo e os meninos:um conto popular brasileiro

Ilan Brenman
Ilustrações: Anna Aparicio Catalá
Editora Duna Dueto


Fiquei radiante quando abri o pacote e vi que era esse livro!
O tema me atrai: crianças levadas. Sim! As crianças não são santinhas,como muitos pensam. Existem crianças perversas! Quando é  no tom certo,se torna absolutamente normal.
Os dois meninos dessa história são assim, adoram fazer maldades, principalmente com os animais.
Quem nunca o fez? Eu vivia aprisionando moscas em vidro,para vê-las agonizar. Éca!

Os dois meninos andavam pelas matas e vilarejos procurando os animais que queriam infernizar. O único que ainda não havia sido infernizado era o sapo. Prometeram um para o outro que quando o encontrassem,o pobre sapinho iria se arrepender de ter nascido. Semanas depois encontram o animal e o capturaram.

Ficaram pensando no que fariam com ele.
"Vamos queimá-lo vivo!"
O sapo,ao ouvir isso,disse que adorava se queimar e ficar bronzeado! Faria sucesso com as sapas!
Os meninos se espantaram ao descobrir que o sapo falava! Então decidiram que iriam espetá-lo.
"Oba! Acupuntura!Eu Adoro que me espetem!"
Os meninos não quiseram agradar o sapo. Então resolveram que iriam lhe jogar um monte de sal. O sapo disse que seria ótimo,pois sua pressão arterial era baixa e com o sal daria uma subidinha!
Os meninos não quiseram dar este gostinho para o sapo e decidiram jogá-lo no lago. O sapo pediu,implorou e disse que não sabia nadar.Que morreria afogado e que seria uma morte terrível! Os dois meninos chegaram à conclusão  que era isso que deveriam fazer: jogar o sapo no lago. E assim o fizeram.
Se o sapo se afogou? Se morreu? Ah! Eu sei, mas não quero contar!Acho que vocês devem comprar o livro para saber.
 O texto é uma delícia! Repleto de humor! Dá pra ler imaginando a voz do Ilan Brennan contando,pois ele é um super contador de histórias. As ilustrações são bonitas e alegres! A artista espanhola Anna Aparicio pintou perfeitamente as imagens num cenário onde o leitor se sente dentro da história, caçando o sapo junto com os dois meninos.
Livro bem feito,muito bem cuidado. Capa dura e de fácil manuseio. Diversão garantida!
Fica a dica.
Bjs
Silvia




sábado, 22 de julho de 2017

A mais bela das princesas!

Branca de Neve

Jacob e Wilhelm Grimm
Recontado por Gil Veloso
Ilustrações de Iban Barrenetxea

A magia do Era uma vez me convidou a entrar nessa história que eu achava que já conhecia!
Nas primeiras páginas o texto leve,com uma pitada de humor logo me seduziu.
A rainha sem noção,o espelho impaciente e mal humorado e a pequena Branca de Neve que ficava a cada dia mais bonita.
O clássico passeio pela floresta,a fuga permitida pelo caçador que engana a rainha,o encontro da casa dos sete anões,tudo narrado em um ritmo dinâmico,que dá vontade de avançar cada vez mais no texto,para ver no que vai dar! E sabe onde deu? Lá na rainha perguntando mais uma vez se ela era a mais bonita. Quando o espelho disse que Branca de Neve ainda estava viva,a rainha deu aquele ataque que todo mundo já conhece e foi lá na casa do anões para matá-la. Mas se engana quem pensa que ela levou uma maçã!
Maçã é para os fracos! ( Como diz na gíria risos) ela levou um cordão para enforcar a menina! Se deu certo? Claro que não. Então,no outro dia a rainha foi matar a Branca de Neve com um pente envenenado. Também não conseguiu,até que resolveu apelar para a já conhecida maçã!
Por alguns anos ela morreu,mas apareceu o príncipe. Ah! O príncipe! O mimado príncipe! Os anões não queriam entregar o corpo de Branca de Neve pra ele não,mas ele era tão insistente que eles acabaram cedendo.
Teve casamento! Festa! Muitos convidados! Chamaram até a madrasta!
Ela foi sim! Se achando linda! Teve até uma surpresa pra ela! Mas ela não gostou não.Se estivesse no lugar dela, também não gostaria!
Acho que foram felizes para sempre! Mas era uma vez uma Rainha...
Adorei o livro!
As ilustrações são lindas e ocupam páginas inteiras! Nos levando ainda mais para dentro da história.


Quem quiser se divertir, saber direitinho como tudo aconteceu e dar muitas risadas,é só comprar esse livro. Contarei muitas vezes essa deliciosa versão.
Fica a dica!
Bjs
Silvia

sexta-feira, 14 de julho de 2017

O que é de verdade se torna eterno

Foi ele que escreveu a ventania

Rosana Rios
Il. Mauricio Negro
 Pulo do Gato

Livro sensível,que toca no fundo da alma! É uma linda homenagem ao poeta Manoel de Barros,que faleceu no dia 13 de novembro de 2014.
História do menino Tui. Vida simples, subia e descia ladeiras debaixo de sol e chuva para ir à escola,mas ao invés de reclamar,Tui procurava as belezas do caminho. Uma dessas belezas era o muro meio despencado da ladeira,onde alguém havia pichado um poema. E os poemas encantavam Tui! Principalmente os poemas daquele livro que ficava na caixa na sala de aula,naquele livro que só ele procurava.Não corria pelo pátio e nem jogava futebol na hora do recreio. Ele brincava de ler poesia. E essas poesias eram de um livro do Manoel de Barros.
Uma noite,enquanto assistia a tevê,o menino descobriu que o poeta que havia falecido era o mesmo do livro que ele tanto gostava.
"Então os poetas também morrem?" (pág. 19)
Morrem sim,mas a obra fica eterna.
Tui sonhou com o poeta e percebeu que ele usava as palavras para compor o amanhecer.
O livro mostra também toda a emoção de um menino ao ganhar o seu primeiro livro de presente. Oferecido pela professora,que percebeu a sua sensibilidade.
"O menino foi para casa abraçado aos poemas." (pág.33)
Abraçado aos sonhos.
Abraçado à esperança.
Abraçado às possibilidades.

Tui percebeu que também era capaz de escrever um poema e assim o fez.
Embalado pelo vento,Tui escreveu um poema e percebeu que também podia brincar com as palavras.


Manoel de Barros foi um eterno menino!
Conquistou o menino Tui e a todos nós,com a beleza de sua simplicidade e suas palavras repletas de "insignificâncias".
Que possamos,assim como ele,enxergar poesia nas pequenas coisas e valorizar a vida.
Bjs
Silvia

A poesia está guardada nas palavras – é tudo que eu sei.
Meu fado é o de não saber quase tudo.
Sobre o nada eu tenho profundidades.
Não tenho conexões com a realidade.
Poderoso para mim não é aquele que descobre ouro.
Para mim poderoso é aquele que descobre as insignificâncias (do mundo e as nossas).
Por essa pequena sentença me elogiaram de imbecil.
Fiquei emocionado.
Sou fraco para elogios.”
Tratado geral das grandezas do ínfimo, Manoel de Barros







quinta-feira, 8 de junho de 2017

Evento: Roda de prosa com Volnei Canônica

Pensar um país digno, em que os direitos não sejam palavras vãs.
As políticas públicas de leitura são essenciais a esta realização.
Venha colocar a prosa em roda com Volnei Canônica.

Roda de Prosa com Volnei Canonica
Quindim: um doce de mapa para o Brasil

Dia 14/06 às 18h na Sala 318 D da UFF - Universidade Federal Fluminense (Campus Gragoatá) – UFF - Instituto de Letras
Atividade aberta ao público e gratuita.

Coordenação:
Profa. Dra. Nilma Lacerda e Profa. Ms. Maíra Lacerda

terça-feira, 6 de junho de 2017

Qual é a sua cor?

A cor de Coraline

Alexandre Rampazo
Rocco Pequenos Leitores



O livro mal foi lançado e eu já estava louca para ler! Agradeço a distribuidora Capital das Letras,que gentilmente me enviou um exemplar.
A história começa assim:
"Coraline,me empresta o lápis cor da pele?"
Coraline olha para sua caixa de lápis de cor e percebem que tem apenas 12 cores. Qual seria  o lápis cor de pele? E ela pensa: "Lápis cor de pele? De qual pele será que o Pedrinho está falando?"
A menina começa a oferecer as cores de sua caixa para o amigo.
O lápis verde,se for para a pele de um marciano,o lápis azul e o lápis rosa,juntos,caso fosse para alguém que nascesse onde Judas perdeu as Botas,lápis amarelo,se fosse para peixinhos dourados,
Talvez o lápis vermelho,caso as pessoas ficassem vermelhas de vergonha. Se as pessoas fossem fofas e vivessem suspirando,serviria o lápis lilás.Se as pessoas de Netuno fossem azuis,o lápis dessa cor serviria. E assim vão passeando pelas doze cores da caixa do lápis de cor,para decidir qual é a cor que o Pedrinho precisa para concluir o seu desenho.


O livro aborda uma importante discussão: por que apenas um determinado lápis de cor pode ser considerado a cor da pele,já que as pessoas tem tons de pele diferentes?

Imagem retirada da internet


É fundamental falar  sobre racismo e diversidade com as crianças. Temos que ajudá-los a conviver com o outro em igualdade e acabar com o preconceito enraizado na sociedade.
Durante o trabalho com o livro,sempre pergunto para as crianças: Qual é a sua cor? E já várias vezes levei um susto,ao presenciar crianças com dificuldade para afirmar a cor de sua pele,algumas crianças com a pele branca ficam em dúvida se falam que são brancas ou morenas e algumas crianças de pele negra  sentem dificuldade para declarar a cor,falam que não sabem. Claro,tem as crianças que respondem na hora,com muita convicção: Sou branca! Sou negra! E tem aquelas que se declaram verde ou azul. Outro dia na roda falei que sou preta e algumas crianças me repreenderam,dizendo que tenho que falar que sou negra. E assim as conversas vão fluindo naturalmente,sem tabus,sem máscaras e vamos descobrindo que as pessoas tem muitas cores!
Beijos coloridos!
Silvia


terça-feira, 30 de maio de 2017

Evento: Roda de Prosa,com Márcia Leite

terça-feira, 23 de maio de 2017

"A fé move a visão...não as montanhas."

Além da montanha

Renato Moriconi
Pulo do Gato

Um livro com três lendas criadas dentro de uma mesma história.
Moriconi fala que tudo depende do ponto de vista,do olhar de cada um para a montanha.
E assim vão surgindo as lendas:
Uma noiva em fuga,a cauda do vestido,a neve que cobre a montanha.
Reza a lenda,que as pessoas devem tocar a orla do vestido para alcançar felicidade no amor. Mas vale a pena arriscar a vida por amor?
A montanha é benção ou maldição?
Apenas uma pessoa teve a coragem de se arriscar. Foi lá e escalou! Mas não era aquela montanha que ele desejava alcançar o cume. Por isso,a pessoa também virou lenda.
Livro que nos leva a refletir sobre o olhar. Não apenas o olhar de ver,mas o olhar de observar.
O que enxergamos em tal situação? Nem tudo é o que parece ser.
Fiquei encantada com o projeto gráfico! O texto acompanha os altos e baixos da montanha.
"A fé move a visão...não as montanhas."

terça-feira, 4 de abril de 2017

Você tem medo de quê?

O casaco de Pupa

Elena Terrándiz
Editora Jujuba


Quantos casacos precisamos retirar para nos livrarmos do medo?

Livro delicado,mas que fala diretamente ao assunto.

Medos que surgem na infância e nos acompanham pela vida.



Queremos ou não nos despir deles?

Os medos pesam e atrapalham o caminhar.



Texto curto e ilustrações fascinantes! Letras e desenhos se misturam para compor a história!

Livro para criança,mas que os adultos se identificam,porque é um convite a um mergulho interior, para que possamos avaliar os nossos medos. Indispensável na "farmacinha" biblioterapêutica.
Penso que as crianças saibam lidar com o tema melhor do que os adultos,pois o adulto tem medo de ter medo,quer mostrar-se forte o tempo todo. Trabalhando esse livro com crianças,elas me contaram inúmeros medos,internamente comecei a enumerar os meus e também lhes contei alguns. Chegamos a conclusão que devemos respeitar os medos uns dos outros,pq o que é banal para uns pode ser pavoroso para  outros.

Com as crianças pequenas gosto de trabalhar o assunto com o livro : "MEDO DE QUÊ?", da Flávia Cortês,ilustrações de Ivan Zigg. Editora DCL.


Esse livro trata do assunto de forma divertida. A personagem escuta uma voz interior,que lhe pergunta sobre seus medos. E são muitos! Lagartixa,escuro,bicho papão,barulho de chuva,marimbondo,vespa,entre tantos outros.Até que um dia ela resolveu ter coragem para enfrentá-los.
As crianças se divertiram com a leitura e a cada medo da menina gritavam: "Eu também!". Momento de se libertar,enfrentar e discutir o porque.E os porquês foram muito engraçados e algumas crianças chegaram a conclusão de que não precisavam sentir medo de tais coisas.

"Desencasacar" é preciso! Precisamos ser leves para enfrentar a vida.
Bons voos!
Bjs
Silvia