terça-feira, 29 de novembro de 2016

Sim,temos esperança!

Um dia, um rio

Leo Cunha
Ilustrações de André Neves
Editora Pulo do Gato


Sabe aquele livro que te deixa sem palavras por ser tão belo? Pois é este!

O contraste da capa já mostra como o rio está e como deveria ser.

Antes da leitura iniciei uma conversa com as crianças,sobre a tragédia de Mariana. Turma do 4º ano, alunos entre 9 e 10 anos.
Muitos lembravam. Alguns contaram que assistiram reportagens na TV recentemente,relembrando a tragédia que completou 1 ano. Conversamos um pouco sobre o assunto,falamos sobre as mortes,o desrespeito,sobre ultrapassar barreiras... 
Um silêncio reflexivo pairou no ar. Iniciei a leitura.

"Um Rio,
Espelho da Lua,
Caminho de Peixe,
Carinho de Pedra."
O Rio Doce narra sua vida. De como era belo,útil e feliz. Texto e ilustrações vão se entrelaçando e contando a história. O rio corre limpo entre tribos e povoados,nossos olhos o acompanham atentos diante de tanta beleza! As páginas mostram a angústia por uma tragédia que se anuncia.
-"Olha a barragem aí,Silvia!" Gritou um aluno com os olhinhos brilhando,diante daquele gigante que mudaria o curso da história.

 Sem palavras,literalmente. A imagem do "gigante" cuspindo lama produziu raiva e indignação nas crianças,que nem piscaram diante daquela cena triste de destruição.
"Eu era melodia...
Hoje sou silêncio." 
E o cenário mudou. Lama,tristeza e morte (do rio e das pessoas).
O rio vai contando como ele ficou após o rompimento da barragem.
"Com lágrimas de minério,vou sangrando até o mar."
Pausa na leitura para explicar a metáfora diante do susto do sangramento.

O rio segue em suas recordações nostálgicas. Conta como era na margem de cá e na margem de lá e fala de como fora feliz. Mas agora chora por tudo e por todos.

As imagens de destruição e restos mortais no fundo do rio deixaram as crianças comovidas. Lama,brinquedos quebrados,escamas de peixes. Tudo morto num rio já sem vida.

O rio segue em seu lamento,mas começa a dar sinais de esperança.
"Flores nascem no deserto, 
a água brota na rocha
e a luz, da escuridão.
Serei um rio,
um dia." 
O cenário volta a clarear. O rio sonha e acredita que voltará a ser o que era, um dia.
 Silêncio profundo. Vejo os olhinhos lacrimejados de algumas crianças. Também não consigo falar nada. Muita emoção. Um aluno puxa os aplausos para a história e todos o seguem. Até que alguém falou:
-"Triste e bonito!" Outro falou: - "Muito triste!" Então conversamos sobre os livros e chegamos a conclusão que nem todos os finais são felizes e entendemos que essa história ainda não terminou,porque há esperança, há luz no fundo no rio e uma vontade enorme de recomeçar.
Voltaram os sorrisos e as afirmações de que amaram a história.
Um aluno quis saber porque o Leo Cunha escreveu essa história,então lemos seu belo relato impresso na segunda orelha do livro. Lemos também o depoimento de André Neves,que lindamente desenhou a saga do Rio Doce.
Terminamos a oficina com o coração repleto de esperança de dias melhores para a cidade de Mariana e para o rio.

Livro para pensar.
Para todas as infâncias.
Literatura Infantojuvenil com qualidade.
Essa é minha luta,sempre.
Bjs
Silvia.



quarta-feira, 9 de novembro de 2016

De como os livros transformam destinos

Fiquei em dúvida se colocava primeiro o vídeo ou a explicação,para falar o porque de postar essa música aqui no blog. Vou começar pela explicação:
Simplesmente fiquei encantada! Já havia escutado a música,mas não havia percebido o sentido,até que hoje um amigo,o Rafa,professor de música,veio à biblioteca e sugeriu que eu assistisse a esse vídeo,porque conversávamos sobre a apresentação de seus alunos ontem,que cantaram essa música e foi lindo,um sucesso!
Comecei então a assistir e no início já fui impactada:

 Livreiro! Opa! Meu universo!Pensei,rs 
Não quero contar o clipe,porque quero que vocês assistam,mas fala de como o mundo se abre quando abrimos um livro! Maravilhoso!
Passarinhos
Emicida (participação de Vanessa da Mata)

Despencados de voos cansativos
Complicados e pensativos
Machucados após tantos crivos
Blindados com nossos motivos
Amuados, reflexivos
E dá-lhe anti-depressivos
Acanhados entre discos e livros
Inofensivos

Será que o sol sai pra um voo melhor
Eu vou esperar, talvez na primavera
O céu clareia e vem calor vê só
O que sobrou de nós e o que já era
Em colapso o planeta gira, tanta mentira
Aumenta a ira de quem sofre mudo
A página vira, o são delira, então a gente pira
E no meio disso tudo
Tamo tipo 

Passarinhos
Soltos a voar dispostos
A achar um ninho
Nem que seja no peito um do outro
Passarinhos
Soltos a voar dispostos
A achar um ninho
Nem que seja no peito um do outro

Laiá, laiá, laiá, laiá
Laiá, laiá, laiá
Laiá, laiá, laiá, laiá
Laiá, laiá

A Babilônia é cinza e neon, eu sei
Meu melhor amigo tem sido o som, ok
Tanto carma lembra Armagedon, orei
Busco vida nova tipo ultrassom, achei
Cidades são aldeias mortas, desafio nonsense
Competição em vão, que ninguém vence
Pense num formigueiro, vai mal
Quando pessoas viram coisas, cabeças viram degraus

No pé que as coisas vão, jão
Doidera, daqui a pouco, resta madeira nem pro caixão
Era neblina, hoje é poluição
Asfalto quente queima os pés no chão
Carros em profusão, confusão
Água em escassez, bem na nossa vez
Assim não resta nem as barata
Injustos fazem leis e o que resta pro ceis?
Escolher qual veneno te mata
Pois somos tipo

Passarinhos
Soltos a voar dispostos
A achar um ninho
Nem que seja no peito um do outro
Passarinhos
Soltos a voar dispostos
A achar um ninho
Nem que seja no peito um do outro

Laiá, laiá, laiá, laiá
Laiá, laiá, laiá
Laiá, laiá, laiá, laiá
Laiá, laiá

Passarinhos
Soltos a voar dispostos
A achar um ninho
Nem que seja no peito um do outro
Passarinhos
Soltos a voar dispostos
A achar um ninho
Nem que seja no peito um do outro

E aí? O que acharam? 
Viva a literatura!Viva a música! Viva a arte! Viva tudo que nos faça pensar,refletir e transformar!!!
Bjs
Silvia