sábado, 22 de julho de 2017

A mais bela das princesas!

Branca de Neve

Jacob e Wilhelm Grimm
Recontado por Gil Veloso
Ilustrações de Iban Barrenetxea

A magia do Era uma vez me convidou a entrar nessa história que eu achava que já conhecia!
Nas primeiras páginas o texto leve,com uma pitada de humor logo me seduziu.
A rainha sem noção,o espelho impaciente e mal humorado e a pequena Branca de Neve que ficava a cada dia mais bonita.
O clássico passeio pela floresta,a fuga permitida pelo caçador que engana a rainha,o encontro da casa dos sete anões,tudo narrado em um ritmo dinâmico,que dá vontade de avançar cada vez mais no texto,para ver no que vai dar! E sabe onde deu? Lá na rainha perguntando mais uma vez se ela era a mais bonita. Quando o espelho disse que Branca de Neve ainda estava viva,a rainha deu aquele ataque que todo mundo já conhece e foi lá na casa do anões para matá-la. Mas se engana quem pensa que ela levou uma maçã!
Maçã é para os fracos! ( Como diz na gíria risos) ela levou um cordão para enforcar a menina! Se deu certo? Claro que não. Então,no outro dia a rainha foi matar a Branca de Neve com um pente envenenado. Também não conseguiu,até que resolveu apelar para a já conhecida maçã!
Por alguns anos ela morreu,mas apareceu o príncipe. Ah! O príncipe! O mimado príncipe! Os anões não queriam entregar o corpo de Branca de Neve pra ele não,mas ele era tão insistente que eles acabaram cedendo.
Teve casamento! Festa! Muitos convidados! Chamaram até a madrasta!
Ela foi sim! Se achando linda! Teve até uma surpresa pra ela! Mas ela não gostou não.Se estivesse no lugar dela, também não gostaria!
Acho que foram felizes para sempre! Mas era uma vez uma Rainha...
Adorei o livro!
As ilustrações são lindas e ocupam páginas inteiras! Nos levando ainda mais para dentro da história.


Quem quiser se divertir, saber direitinho como tudo aconteceu e dar muitas risadas,é só comprar esse livro. Contarei muitas vezes essa deliciosa versão.
Fica a dica!
Bjs
Silvia

sexta-feira, 14 de julho de 2017

O que é de verdade se torna eterno

Foi ele que escreveu a ventania

Rosana Rios
Il. Mauricio Negro
 Pulo do Gato

Livro sensível,que toca no fundo da alma! É uma linda homenagem ao poeta Manoel de Barros,que faleceu no dia 13 de novembro de 2014.
História do menino Tui. Vida simples, subia e descia ladeiras debaixo de sol e chuva para ir à escola,mas ao invés de reclamar,Tui procurava as belezas do caminho. Uma dessas belezas era o muro meio despencado da ladeira,onde alguém havia pichado um poema. E os poemas encantavam Tui! Principalmente os poemas daquele livro que ficava na caixa na sala de aula,naquele livro que só ele procurava.Não corria pelo pátio e nem jogava futebol na hora do recreio. Ele brincava de ler poesia. E essas poesias eram de um livro do Manoel de Barros.
Uma noite,enquanto assistia a tevê,o menino descobriu que o poeta que havia falecido era o mesmo do livro que ele tanto gostava.
"Então os poetas também morrem?" (pág. 19)
Morrem sim,mas a obra fica eterna.
Tui sonhou com o poeta e percebeu que ele usava as palavras para compor o amanhecer.
O livro mostra também toda a emoção de um menino ao ganhar o seu primeiro livro de presente. Oferecido pela professora,que percebeu a sua sensibilidade.
"O menino foi para casa abraçado aos poemas." (pág.33)
Abraçado aos sonhos.
Abraçado à esperança.
Abraçado às possibilidades.

Tui percebeu que também era capaz de escrever um poema e assim o fez.
Embalado pelo vento,Tui escreveu um poema e percebeu que também podia brincar com as palavras.


Manoel de Barros foi um eterno menino!
Conquistou o menino Tui e a todos nós,com a beleza de sua simplicidade e suas palavras repletas de "insignificâncias".
Que possamos,assim como ele,enxergar poesia nas pequenas coisas e valorizar a vida.
Bjs
Silvia

A poesia está guardada nas palavras – é tudo que eu sei.
Meu fado é o de não saber quase tudo.
Sobre o nada eu tenho profundidades.
Não tenho conexões com a realidade.
Poderoso para mim não é aquele que descobre ouro.
Para mim poderoso é aquele que descobre as insignificâncias (do mundo e as nossas).
Por essa pequena sentença me elogiaram de imbecil.
Fiquei emocionado.
Sou fraco para elogios.”
Tratado geral das grandezas do ínfimo, Manoel de Barros