quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Um outro olhar

Os Invisíveis

Tino Freitas
Ilustrações de Renato Moriconi
Editora Casa da Palavra


Hoje um aluno do 5º ano me mostrou um livro que ele trouxe de casa. Disse que iria me mostrar porque eu iria gostar. 

Realmente, achei o livro é incrível!

Naquele alvoroço de pré-adolescentes conversando e falando muito alto,peguei o livro e passei os olhos pelo texto. Li todo e o entreguei ao aluno, que imediatamente disse:
-Leia novamente, porque você não leu as imagens."
Fiquei muito sem graça e recomecei a leitura,dessa vez muito atenta às imagens!
"Era uma vez um menino com um super poder: na sua família, só ele via os invisíveis."

Ao perceber a mensagem,fiquei chocada ao perceber o quanto somos "cegos"!
O livro é um alerta sobre a invisibilidade social, a qual praticamos diariamente.
Um contraste do olhar atento e puro da criança, com a cegueira egoísta dos adultos.
Nós adultos enxergamos apenas o que nos convém,enquanto as crianças conseguem observar o mundo ao redor e nas diferenças.


A pressa do dia a dia não nos deixa ver o próximo e muitas vezes não enxergamos nem quem está ao nosso lado, em nossa casa.



O tempo passou. O menino cresceu, estudou, casou, envelheceu e esqueceu que um dia teve um super poder.

Fiquei impressionada com tanta sensibilidade!

Um alerta para ficarmos atentos.

Li a história para os alunos e pedi para que prestassem muita atenção ao texto e às imagens.
Fiquei feliz porque a maioria percebeu e alcançou o recado.
A leitura de Os Invisíveis gerou um delicioso debate sobre enxergar o próximo, ao redor e a nós mesmos.
Foi ótimo!
Imprevisto que veio para somar.
Bjs 
Silvia

domingo, 9 de agosto de 2015

Foco,força e fé

Não derrame o leite!

Stephen Davies
Ilustrações de Christopher Corr
Tradução de Helena Carone
Editora Pequena Zahar



Hoje é o dia dos pais!
Quero comemorar indicando essa história.
A menina Penda morava num vilarejo  na África, com sua mãe e suas tias.
Seu pai estava longe cuidando das ovelhas na pastagem.
Um dia Penda pede que sua mãe a deixe ir sozinha à pastagem, para ver seu pai e levar-lhe um pouco de leite.
A mãe concorda, mas recomenda para que não derrame o leite pelo caminho.
A menina então ordenhou a vaca, encheu a tigela, colocou-a na cabeça e seguiu seu caminho.
"Firme, sussurrou Penda para si mesma, vai devagar. Não se apresse, não tropece, não se afobe, menina." (pág.9)
O caminho longo e repleto de detalhes que poderiam desviar sua atenção.
Subiu as dunas, passou entre os camelos.

"Não se distraia, não caia, menina, não desequilibre" (pág.11)
Passou no meio da festa das máscaras, tentando sempre caminhar firme, ereta, com olhos fixos no horizonte.
"Nem pense em entornar esse leite." (pág.13)
Atravessou o rio, pegou carona, com a tigela de leite na cabeça.
Passou entre as girafas e subiu a montanha.
"Pé esquerdo, pé direito, nunca desista, menina." (pág.19)
Finalmente chegou! O pai se refrescava à sombra de uma mangueira, enquanto o rebanho de ovelhas mascava grama.
Penda cumprimentou o pai, que ficou feliz ao vê-la.
A menina tirou a tigela da cabeça e quando ia entrega-la ao pai, depois de tanto esforço, algo errado aconteceu...
Penda ficou furiosa! O pai rapidamente a consolou.
O pai de Penda disse que aquela tigela estava cheia de amor e que o importante era o esforço dela para o encontrar.

A vida é isso. Nem sempre o que planejamos dá certo, mas não devemos desanimar.
O importante é caminhar em direção da felicidade, para estar com quem se gosta.
Penda e seu pai trocaram o leite por uma manga e a troca de amor foi tão intensa quanto.
Fiquei encantada por essa história!
Texto e ilustrações belíssimos!


Muitas cores alegrando o caminho de Penda em direção a seu Pai





Mesmo que o caminho seja longo e tortuoso. Ainda que o final não seja como imaginamos

Foco, força e fé
Sempre!!!
Silvia