sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

O que é que a baiana tem?

Tabuleiro da Baiana

Elma
Paulinas



Livro gostoso, igual aos quitutes da baiana!
Elma conta de forma poética a história de Arminda, uma baiana que levava quitutes em seu tabuleiro e enchia a rua com sabores e alegria.
Vendia acarajé,tapioca, cocada... De dar água na boca durante a leitura!



Certo dia Arminda não apareceu. Nem no outro. No outro também não. O povo sentia falta, mas não sabiam o motivo.
No sétimo dia de sua ausência quem apareceu foi sua filha Arlete,dizendo:
"- Mainha ficou em casa. Não vem mais, não!"
Arlete contou que os segredos da cozinha foram ensinados por sua avó, Dos Anjos, que agora temperava a vida dos santos lá no céu.
A rua voltou a encher de pessoas querendo provar os quitutes de Arlete. Às vezes Arminda aparecia para contar histórias.

Tabuleiro farto de delícias: quitutes, histórias e afeto!
Tradição, cultura, coisas boas que vão passando de geração em geração.

"Tem acarajé e abará
           açará, tapioca e munguzá

          Tem caruru, queijada,

        cocada preta, branca e queimada.

         Tem beiju e tem beijinho"



Dá até vontade de sair por aí cantando e dançando a música de Dorival Caymmi!

 No Tabuleiro Da Baiana
Dorival Caymmi
  
No tabuleiro da baiana tem
Vatapá, oi
Caruru
Mungunzá
Tem umbu
Pra ioiô
Se eu pedir você me dá
O seu coração
Seu amor de iaiá

No coração da baiana tem
Sedução
Canjerê
Ilusão
Candomblé 
Pra você

Juro por Deus
Pelo senhor do Bonfim
Quero você, baianinha, inteirinha pra mim
E depois o que será de nós dois
Seu amor é tão fulgáz, enganador

Tudo já fiz 
Fui até num canjerê
Pra ser feliz
Meus trapinhos juntar com você
E depois vai ser mais uma ilusão
No amor quem governa é o coração

No tabuleiro da baiana tem
Vatapá, oi
Caruru
Mungunzá
Tem umbu
Pra ioiô
Se eu pedir você me dá
O seu coração
Seu amor de iaiá

No coração da baiana também tem
Sedução
Canjerê
Ilusão
Candomblé 
Pra você

Bom final de semana!
Bjs
Silvia

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Sábado na livraria

Sylvie Neeman
Ilustrações de Olivier Tallec
Cosacnaify




Sabe aquele livro que é tão encantador,que se você contar a história toda acaba perdendo a graça para quem vai ler depois? Então,esse livro é assim.
Vou contar um pedacinho rapidamente:
Uma livraria daquelas que a gente vê na rua e dá logo vontade de entrar de tão aconchegante. A menina frequentava a livraria todos os sábados, o senhor também. Ela lia gibis e e ele sempre lia o mesmo livro grosso. Ela ria durante a leitura. O velho enxugava as lágrimas e isso intrigava a menina. Ela ia à livraria para ler, mas não deixava de observar que aquele senhor também ia todos os sábados e ela prestava atenção a tudo que ele fazia. Achava que ele deveria comprar aquele livro, já que sempre lia o mesmo.


Um dia ele não apareceu. Ela ficou preocupada, achou que pudesse estar doente. 
A menina curiosa pegou o livro dele para tentar entender porque ele gostava tanto, apesar de chorar quando lia. 
O livro não tinha nenhum desenho colorido e era pesado. Ela pensou então que talvez ele não aguentasse mais o peso do livro e por isso não iria mais à livraria.


Os dias se passaram e faltavam três dias para o Natal quando o velho voltou e sentou-se na mesma poltrona de sempre, mas não encontrou o livro na estante.
A vendedora o informou que o livro havia sido vendido naquela manhã, presente de Natal.
Ele despede-se da vendedora que o entrega um embrulho e pede para que não deixe de visitar a livraria.

Aí que enxuga as lágrimas sou eu,né?

Lembrei de uma livraria aqui da minha cidade. Pequena, aconchegante, onde vou de vez em quando, mas quando vou fico horas lá dentro! Conheço o dono e os vendedores. Mexo em todo o acervo, principalmente infantil e ainda peço desconto! rs

O livro Sábado na livraria tem como título original Quarta-feira na livraria, dia em que as crianças francesas têm o hábito de fazer este passeio. Como aqui no Brasil isso acontece geralmente aos sábados, a autora concordou em alterar o título.


Sylvie Meeman é suíça e este foi seu primeiro livro para crianças. Não sei se já tem outros.
O ilustrador Olivier Tallec é francês. Em pesquisa na internet descobri que ele tem outros livros laçados aqui no Brasil. Todos já na minha listinha, pois seus desenhos são maravilhosos!



Para quem ainda está de férias dá até para visitar uma livraria hoje, quinta feira.
Boas leituras
Bjs
Silvia

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Tudo bem ser diferente!

Flávia e o bolo de chocolate

Míriam Leitão
Ilustrações de Bruna Assis Brasil
Editora Rocco


   A história começa assim:
"Rita era uma mulher muito boa,especial mesmo. Só andava meio triste. E ficava cada dia mais triste. Queria muito ter um filho,mas não conseguia. 
Um dia,ela, de tanto pensar,encontrou a solução:
          - Vou procurar uma criança que não tenha mãe e que me queira."(pág.4)

         E assim Rita fez. Procurou e achou uma linda garotinha! Deu-lhe o nome de Flávia.
         Rita passeava com Flávia pelo bairro e exibia com orgulho sua amada filha.
        Um dia uma vizinha invejosa disse para Rita que ela e sua filha não eram parecidas porque eram DIFERENTES uma da outra.
- Sei sim! Vocês são muito diferentes e por isso está na cara que ela não é sua filha - disse a vizinha" (pág. 9)

      Rita nem ligou,porque não se importava com as diferenças.
      Flávia foi crescendo,sempre muito feliz,até que num belo dia acordou chateada. Chamou sua mãe e disse que queria ser branca como ela e que não gostava de ser marrom. Disse também que odiava essa cor e tudo que era dela.


Então,para desespero de Flávia,Rita decretou que na casa delas não teria mais nada marrom: nem bolo de chocolate,brigadeiro,sorvete de chocolate...nada!
    Um dia a menina acordou com vontade de ir à praia, aí a mãe falou que não poderia ir à praia porque o sol iria bater em sua pele branca e ela seria uma mãe marrom e Flávia não gostava de marrom...
    Flávia queria saber porque ela era marrom e a mãe era branca. A mãe lhe explicou que as pessoas são iguais,porém são diferentes e que até as pessoas gêmeas não são tão iguais assim.
   Flávia começou a observar ao seu redor e a perceber que as pessoas são DIFERENTES.


"Não tem melhor nem pior. O legal é cada um gostar de ser do jeito que é." (pág.32)
          E Flávia aceitou sua cor! E pediu para a mãe fazer um bolo de chocolate bem marronzinho!


 "- Bem assim da minha cor! 
            Disse Flávia orgulhosa." (pág.35)

Excelente história para trabalhar assuntos tão delicados: diferença, preconceito e adoção.
A autora conta de maneira bem humorada uma história que é a realidade de muitas famílias.
Há tempos que sou fã da ilustradora Bruna Assis Brasil, porque suas ilustrações são alegres e dão leveza a assuntos tão sérios e delicados. Percebi isso também no livro Malala,a menina que queria ir para a escola. Da autora Adriana Carranca, editora Companhia das Letrinhas.



 Quando li essa história da Flávia e o bolo de chocolate, lembrei imediatamente de uma situação que passei anos atrás:
Estava no meu trabalho, quando alguns alunos falaram que uma determinada aluna era parecida comigo (crianças de 4 anos). Lembro que a menina ficou super ofendida e falou tranquilamente que ela não era parecida comigo, porque eu era negra e ela não, sendo que a menina era tão negra quanto eu! Então percebi que a menina não aceitava ser do jeito que  era e sofria muito com isso. Após uma conversa com a professora a turma foi levada à biblioteca onde foi feito um trabalho utilizando o livro Peppa, de Silvana Rando, Editora Brinque Book.
Esse livro conta a história de uma menina que não gostava de ter os cabelos cacheados e fez questão de alisá-lo. Essa também era uma das características da aluna. Foi feito um trabalho de aceitação e auto estima,mostrando para as crianças que as diferenças existem,mas que cada um tem sua beleza.
Alguns anos depois essa menina me procurou e disse que me achava muito bonita,que adorava meus cachos e que ela estava deixando de alisar os cabelos porque queria ser bonita igual a mim! Gente,que felicidade! Não consigo nem descrever! Isso significa que "a ficha caiu" e ela percebeu que ela é linda do jeito que é.

O trabalho de auto estima tem que ser realizado em conjunto,família e escola. Temos que falar de diferença,discriminação,auto estima sim!
Acho que a autora Miriam Leitão poderia ter explorado mais o assunto doação,a mãe deveria ter explicado para Flávia que ela não nasceu da barriga dela e ter falado mais no assunto,mas isso não tira o brilho e o encanto dessa bela história.
Entrou na minha lista dos favoritos! Vou usá-lo bastante!
E para comemorar os projetos que virão,podemos fazer um delicioso bolo de chocolate!

Anote aí a receita:




Delícia de livro! Delícia de receita! Combinação perfeita!
Bjs,com sabor de chocolate! rs
Silvia